terça-feira, 30 de setembro de 2025

Refletida

Muito interessante tem sido me ver e ouvir em todos os lugares pra onde vou. Parece que depois que damos de cara com as verdades da gente os espelhos são descobertos e nosso reflexo está em todo lugar. 
Se pego um livro o autor descreve minha história, meus sentimentos de forma tão profunda... Escancara minhas dores sem cerimônia, quero fugir das palavras... mas elas emanam um quê de suspense, beleza e reconhecimento que é impossível não continuar. 
Se assisto um filme as cenas dão vida ao meu vexame, ao meu discurso, ao meu processo, à minha meta. E revejo as lágrimas que caíram de meus olhos, a tristeza que tomou conta de mim, a vida por de trás de meus olhos, a ferida que eu não queria saber.  
Se pego o celular as redes sociais me atacam, me agridem ou me transportam pro nada onde eu estava que eu não preciso mais. Redireciono... busco outras referências, me preencho, me encontro antes de me fazer. 
E quando me contam as novidades do Sicrano e do Beltrano ora me reconheço nos desastres, ora não me identifico em nenhuma das coisas que tentam contar vantagem. Se insistem já preciso começar a me esforçar, me impaciento quando vira ladainha. Conto de mim, se não há interesse finalizo a conversa antes mesmo de sair. Não estou ouvindo mais... Gostaria que dissessem de si mesmo para que eu pudesse ver a mim neles também.
E é isso quanto mais busco de mim, mais me vejo, mais me entendo, mais me reconheço nas coisas e nas pessoas. Aqui figuram apenas recortes, mas a construção vai muito além do visual porque parte de dentro, se transforma e reflete em tudo. 

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