quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um modesto ensaio sobre a frustração

"Por que comigo?"

"O que eu fiz pra merecer isso?"

Quem nunca se perguntou ou interrogou Deus com tais questões? Uma pergunta retórica que procura alucinadamente, em meios aos próprios pensamentos, por uma resposta idiota que seja, mas que ao menos faça algum sentido pro rumo inesperado que a vida vez por outra toma.
O sentimento de frustração é certo e não raro nos apegamos naquelas frases prontas que os pais dizem quando somos crianças "agora você provavelmente não entende, mas quando crescer nos dará razão". Na cama, enrolados como um feto, derramando algumas (ou inúmeras) lágrimas, quem sabe, repetimo-nos vinte mil vezes que tudo vai dar certo! Logo em seguida com um rompante de lágrimas e soluços dizemos que é impossível esquecer ou superar, que a vida acabou, por isso, não tem mais sentido continuar... Não, ninguém vai se matar. Melhor afastar os pensamentos ruins.
Certa vez ouvi que o cérebro não convive com a dúvida, uma explicação mais do que sensata para o efeito que a frustração tem sobre nós. Enquanto não nos convencemos, com um argumento convincente, de que era pra ser assim, que não perdemos e se perdemos ganhamos muito mais, não paramos de nos torturar, rever todas a táticas de ataque fracassadas, se torturar, se torturar... Aquela velha história do outro lado da moeda, fica meio perdida nesse devaneio! Tem uma razão pra certas coisas não acontecerem, não as merecemos. Doeu, né? Dói mesmo, eu sei, mas passa.
Aliás, só passa quando entendemos a razão e mesmo que não concordemos, após saber agir como se não soubesse é impossível, portanto é a melhor hora pra mudar de atitude. Deixe o chocolate e vá fazer uma caminhada, se tiver vontade de só deitar e chorar o dia todo sorria mesmo que seja por demais forçado, não ande por aí encurvado de olhos baixos. Vai parecer milagre, se sentirá bem, mesmo com a ferida ainda aberta e latejando. Depois vem as reflexões sobre como a vida era, como está e como se deseja que seja, e assim como uma terapia, o humor vai se moldando às suas atitudes, um sorriso antes forçado agora já é natural e verdadeiro.
Em suma, o cérebro atenderá ao que dita nosso corpo. Pois, nosso corpo transmite nosso pensamentos conscientes e inconscientes, se está díficil mudar de pensamento mude primeiro suas atitudes. A partir daí tudo fica muito claro...
*o que estava lendo: Weil, Pierre; Tompakow, Roland - O corpo fala (2001)


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